Considerando-se que o arroz é um dos alimentos mais antigos da humanidade, originário da Índia e de presença marcante no quotidiano do povo asiático, impressiona a constatação de que a Itália tenha desenvolvido o método de preparar o verdadeiro risotto, uma elaboração cujo ponto de cozimento deve situar-se entre a sopa e o creme – e que, acima de tudo permite uma infinidade de combinações tão ricas quanto saborosas.
Risotto alla milanese surgiu em 1574, durante a construção da Catedral Duomo di Milano. Em uma fazenda poliglota ali perto havia uma comunidade belga: Valerio de Fianders, mestre na fabricação de vidros, que atraiu vários estudantes. Um em particular se destacava dos outros devido a sua habilidade em misturar cores. Seu segredo era misturar um pouco de açafrão quando o vidro estivesse pronto. Seu mestre irritava-o dizendo que, se ele continuasse com isso iria acabar colocando açafrão no risoto. Depois de muitos anos o aluno resolve dar o troco. No casamento da filha de Valerio, subornou o cozinheiro para esse colocar no risoto um pouco de açafrão, surpreendendo todos os convidados com aquele arroz amarelo. Um teve a coragem de experimentar, depois outro e mais outro e todos adoraram surgindo assim o “risotto alla milanese”.